Antes de ser digital é preciso ser humano 🤍 — O seu design é voltado para todos os grupos etários?

Láisa Rebelo
3 min readOct 5, 2023

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Estamos cada vez mais digitais, isso não é nenhuma novidade. A palavra inovação atrelada às revoluções tecnológicas e APIs é uma ordem. Onde antes havia botão, hoje tem uma tela touchscreen, onde antes havia uma pessoa, hoje tem um chatbot.

Diante desta mudança que se apresenta cada vez mais rápida (e ansiosa) e nos traz a sensação de estarmos sempre desatualizados frente às mais novas e avançadas novidades hi-tech (quase não consigo parar para respirar enquanto pensava nisso); tenho me feito algumas perguntas:

  • O design das empresas de tecnologia estão pensando nas pessoas que não estão incluídas no mundo digital?
  • Estamos pensando em como incluir as pessoas que aprenderam a interagir com o mundo de forma analógica e sem serviços robotizados nesse novo mundo altamente tecnológico?

Acredito que alcançamos um nível no qual a tecnologia já conseguiu ultrapassar as ideias mais inimagináveis de possibilidades. Quantas vezes a ficção científica tornou-se real e banalizada em nosso cotidiano?

Cena do filme 2001 — Uma Odisseia no Espaço onde 2 homens almoçam enquanto olham duas telas que parecem tablets/ipads.
Cena do filme 2001 — Uma Odisseia no Espaço de Stanley Kubrick, 1968.

Para ilustrar como a tecnologia imita, ou se inspira, na arte, acima a cena do filme 2001 — Uma Odisseia no Espaço, lançado em 1968, onde dois homens almoçam enquanto assistem aos seus "ipads".

Diante deste cenário, onde acontece uma corrida pela inovação e por serviços e produtos cada vez mais digitais, faço outras perguntas:

  • Estamos atropelando processos?
  • Estamos sendo éticos?
  • Estamos deixando pessoas para trás?

Hoje, enxergo como um dos principais desafios da tecnologia e da aceleração digital a necessidade de equilíbrio entre conseguir tornar os processos altamente digitais mais humanos, inclusivos (e esse tópico se desdobra em diversos grupos), sensíveis e ainda sustentáveis.

Com esses questionamentos e por saber que o Grupo Boticário possui como uma de suas metas a inclusão, propus uma pesquisa voltada para o público de idosos. Que ao longo do estudo me deparei com termos que julgo menos carregados de preconceitos e estigmas, tais como: adultos sêniors e economia prateada. Essa proposta tornou-se um estudo exploratório no qual conversamos com Consumidoras 60+ e pudemos entender um pouco mais sobre esse grupo.

Enxergar esse público é uma necessidade cada vez mais urgente. Principalmente porque o Brasil está envelhecendo, e adultos sêniores são a população que mais cresce no nosso país e no mundo.

Desenhar serviços e produtos digitais que levar em consideração as necessidades e aspirações deste variado e amplo grupo de adultos sêniors (ou idosos como costumam falar) faz parte de uma das nossas urgências de inclusão.

No que depender de mim, soluções tecnológicas serão cada vez mais humanas, inclusivas e com baixo impacto ambiental 💚

#etarismo #tecnologiainclusiva #invisibilidade

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Láisa Rebelo

UX Researcher @GrupoBoticário | Mestre em Design (UnB) - Design, Sociedade e Cultura | UX Design | Consumption | Anthropocene | Utopia | Menstruation